No começo da Idade Média, a igreja vivia um terrível desvio doutrinário. Muitas heresias eram ensinadas. Foi preciso que Deus levantasse alguém para combater tais ensinamentos e modo de vida. Em meio à tão grande escuridão espiritual, Deus levantou homens como Lutero.
Martinho Lutero nasceu no dia10 de novembro de 1483 em Eislebem, Alemanha. Filho de pais piedosos, que eram camponeses. Na madrugada do dia 17 de julho de 1505, com pouco mais de 21 anos de idade, disse adeus ao mundo e internou-se num convento, na cidade de Erfurt.
No mosteiro começou a estudar a Bíblia, em Romanos descobriu a frase [O justo viverá pela fé] Rm 1.v.17. Estas palavras nunca cessaram de retinir em seus ouvidos.
Depois de receber o título de Doutor em Teologia, convencido de que a igreja havia se desviado das verdades paulina, começou a pregar a Bíblia em suas conferências.
Nessa fase teve de combater a venda de indulgências, negando seu valor para o perdão de pecados. Aos poucos, os conflitos entre ele e a igreja avolumaram-se. E no dia 31 de outubro de 1517. Pregou na porta da Igreja de Wittenberg, as suas famosas 95 teses.
A atitude de Lutero gerou um grave conflito. Numa assembléia em Worms foi convidado a se retratar.
Tentaram colocar-lhe medo, lembrando o que aconteceu com John Huss, que foi queimado numa fogueira. Lutero disse: ´Huss foi queimado, mas não a verdade por ele pregada… Prosseguirei ainda que tantos demônios, quantos são as telhas dos telhados, me alvejem. `
No dia 18 de Abril de 1521, perante ssembléia. Lutero pronunciou um discurso comovente que terminou com estas palavras. Aqui estou e não posso fazer de outro modo. Deus me ajude… Por não se retratar Lutero acabou sendo expulso.
Oswald Spengler diz que Lutero opôs-se a Igreja não porque ela exigisse demais, mas porque exigia muito pouco.
Sem dúvida, o grande reformador deixou marcas inesquecíveis. O brilho da justiça deste homem reflete até hoje nos anais da história. A comunhão com Deus foi um dos fatores primordiais que o conduziu a ser um baluarte em meio às feras roedoras da época. Maravilhosamente a sua vida é marcada pela sua dedicação ao Senhor.
Semelhantemente. No texto que lemos. Relata o discurso do Apóstolo Paulo aos presbíteros da igreja de Éfeso na cidade de Mileto. Um homem que também se dedicou na obra do Senhor. Lucas o autor do livro Atos dos Apóstolos, escreve com estilo de testemunha ocular, que registra tanto os eventos quanto os diálogos. Ele fornece uma descrição objetiva da jornada de Trôade a Mileto. Na terceira viajem missionária de Paulo por volta do ano 56 d.C. Após ter falado há uma igreja local ele viaja para Mileto. De Mileto, mandou chamar os presbíteros da igreja de Éfeso. Éfeso ficava apenas 48 quilômetros, ao norte. Mas a estrada um tanto quanto sinuosa era bem mais longa. Talvez tivesse sido necessário um dia, ou mesmo dois, para que os anciãos chegassem a Mileto. Isso significa que Paulo deve ter ficado por ali nada mais de três dias ou mesmo quatro. Após o discurso todos choraram muito e, abraçando-o, o beijavam. O que mais os entristeceram foi à declaração de que nunca mais veriam a face de Paulo. Então o acompanharam até o navio. O Apóstolo Paulo é um personagem tão importante no N.T, e na história da igreja que tem sido chamado de segundo fundador do cristianismo.
Desde seu nascimento até o seu aparecimento em Jerusalém como perseguidor dos cristãos, há pouca informação concernente a sua vida. Embora fosse da tribo de Benjamim e zeloso membro do partido dos fariseus, nasceu em Tarso como cidadão romano. Jerônimo cita uma tradição que diz que os antepassados de Paulo eram da Galiléia. Não é certo se migraram para Tarso por razões comerciais ou se foram colonizados por um governante sírio qualquer, mas o fato de serem cidadãos de Roma sugere que já residiam em Tarso por alguns tempos. Sir William Ramsay e outros têm demonstrado que Tarso verdadeiramente não era uma cidade insignificante. Tarso era a principal cidade da Cilícia, uma região no extremo sudeste da Ásia Menor. Nos dias de Paulo a cidade era a capital da província romana da Síria-Cilícia. Era uma cidade próspera, privilegiada e culta, sendo famosa por suas escolas.
No entanto, o mais importante era o fato de que Paulo era cidadão de Roma. Os romanos não concediam a cidadania simplesmente a qualquer um; apenas uma pequena porcentagem das pessoas que viviam dentro do Império Romano possuíam esse privilégio. Paulo herdou de sua família a cidadania romana; talvez devido a algum serviço importante prestado aos romanos por seu pai ou avô. Na condição de cidadão romano, Paulo possuía três nomes: Um prenome, um nome de família e um sobrenome. Desses conhecemos apenas o seu sobrenome; Paulós. Que significa pequeno. Já o seu nome judaico é Saulo. F.F.Bruce diz Que a escolha de Saulo como nome judaico pelos pais de Paulo pode estar ligado a sua relação tribal. Pois o benjamita mais destacado na história de Israel foi Saul, o primeiro rei de Israel. A respeito da aparência pessoal de Paulo, o registro canônico sugere tão somente que ele não era uma figura impressionante. Um quadro mais vivido, a que Deissmann e Ramsay se inclinam a dar crédito, ocorre na obra apócrifa Atos de Paulo e Tecla. E viuPaulo se aproximando, um homem pequeno de estatura, com cabelos ralos na cabeça, torto de pernas, o corpo em bom estado, com sobrancelhas ligadas, e o nariz um tanto arredondado. Paulo cresceu aos pés de Gamaliel, um fariseu da escola de Hillel. Por volta do ano 34 a 35 d.C. O temível perseguidor se converte. Provavelmente após 14 anos, Ele dá inicio a sua primeira viagem missionária.
As viagens de Paulo são geralmente chamadas de viagensmissionárias. A primeira realizada provavelmente entre os anos 47 e 48 D.C. A segunda viagem durou de 49 a 52 d.C. E a terceira viagem missionária, foi realizada no período entre os anos 53 a 57 d.C. A tradição diz que Paulo morreu em Roma, como mártir nas mãos do imperador Nero, por volta do ano 67 d.C.
Aqui em Atos dos Apóstolos no cap. 20. Mostra-nos que Paulo sem duvida foi um dos ícones do Cristianismo de todos os tempos. Certamente viveu uma vida superlativa, foi um homem de oração e jejum, pregador incomum, teólogo incomparável, um dos plantadores de igrejas sem paralelos na história. Viveu perto do trono, mas ao mesmo tempo foi açoitado e preso. Degolado tombou como mártir, mas foi levantado como príncipe no céu. A vida desse homem muito nos ensina sua maneira justa de proceder, sua proximidade com Deus e sua paixão em cumprir o seu chamado. Isso nos desperta o desejo de conhecer um pouco mais sobre Quem foi Paulo? Saber sobre sua vida, obras e realizações nos ampliará a visão sobre esse ícone do Cristianismo.
Quem foi Paulo?
1.Um homem Íntegro. Vs 17-18.
De Mileto, Paulo mandou chamar os presbíteros da igreja de Éfeso. Os presbíteros foram á Mileto sem demora. O termo traduzido por presbíteros é a palavra grega presbíteroi, que se refere às pessoas maduras, escolhidas para servirem em um cargo. Todavia no v.28. Paulo os chama de bispos que é a palavra no grego episkopous que se encontra no acusativo. Que melhor traduzida pelo vocabulário supervisores ou vigias. De acordo com Hermann Wolfgang Beyer. Os títulos lhes convêm pelo que eles são, não pela idade, mas em virtude da posição e das suas atribuições na comunidade. Os presbíteros do versículo 17 e os bispos do versículo 28 são as mesmas pessoas. Paulo diz: Vós bem sabeis. No original grego, o pronome vós é enfático, assinalando o fato de que Paulo apelava não meramente para suas próprias opniões e para os seus próprios argumentos, alicerçado em qualquer idéia que fizesse de si mesmo e de seu comportamento em Éfeso, mas, sim, apelava para aquilo que os seus irmãos de Éfeso mesmo eram capazes de admitir, por conhecimento próprio.
Paulo usa o verbo grego egenomem que significa me portei referindo-se ao seu bom comportamento. O verbo egenomem está no aoristo indicativo médio depoente que significa ação sem limite, indefinida. Em outras palavras, Paulo estava dizendo vós bem sabeis do meu comportamento que foi sem limites. Um comportamento justo e agradável. Pois o seu modo de ministrar foi exemplar, e as suas palavras condiziam com o seu testemunho. Levou uma vida coerente que qualquer um poderia investigar, pois não tinha coisa alguma a esconder. Trabalhou com humildade, e não como uma celebridade religiosa, exigindo que outros o servissem. O adjetivo grego dikaiós. No N.T denota um estado de estar certo, ser justo, íntegro. Ter razão ou uma conduta correta, julgada quer pelo padrão divino, quer de conformidade com os padrões humanos, do que é direito. É coerente aplicar esse termo ao Apóstolo Paulo, pois na primeiracarta aos Coríntios no cap. 11 e o v. primeiro, Paulo disse Sede meus imitadores e como eu sou de Cristo. Paulo havia, permanecido por quase dois anos, em Corinto, e agora. Ele estava pedindo aos Coríntios que viessem recordar das boas obras, que ele deixará imprimidas na consciência de cada um. É perceptível no tratado de Lucas e nas cartas paulinas, que este homem chamado Paulo teve um testemunho íntegro, uma vida exemplar, e as suas obras foram justas. Em nossos dias, isso tem sido diferente alguns ministros dizem façam o que eu digo, mas não fazem o que eu faço. Há certa dessemelhança de palavras e obras. Palavras sem obras são tiros sem balas; atroam, mas ferem. E como dizia o Pr. Hernandes Dias Lopes. A vida do pregador é a vida do seu ministério. Deus conta com homens Íntegros, Sábios e não insensatos justos e não ímpios responsáveis e não irresponsáveis, de boas condutas e não de hipocrisias. Pois o cristão representa a Cristo e semelhantemente como o mestre andou assim também nós devemos andar.
2.Um homem sensível ao Espírito Santo. Vs.22-23.
No original grego. Paulo usa o verbo dedemenós que significa amarrado, em outras palavras; Ele estava dizendo, E agora, agrilhoado no Espírito, vou para Jerusalém, não sabendo o que ali me acontecerá, senão o que o Espírito Santo, de cidade em cidade, me assegura que me esperam cadeias e tribulações. A palavra assegura se deriva, no original grego, de um verbo composto que significa dar testemunho claro e completo. O próprio Paulo não tinha nenhum conhecimento inato dos acontecimentos futuros. Mas o Espírito lhe revelava os detalhes enquanto ele continuava a viagem. O mesmo Espírito que atraiu Saulo de Tarso aos pés de Cristo. O constrangia a realizar o que era necessário, para ser completado a carreira que lhe estava prescrita, também lhe assegurara que teria de enfrentar prisões e intensos sofrimentos. Em Cesaréia o profeta Ágabo disse a Paulo que em Jerusalém ele seria preso e entregue aos gentios. As passagens bíblicas não dão quaisquer evidências de que Paulo tenha atrasado sua viagem para postergar ou evitar as aflições. Ele não resiste ao Espírito, mas ouve com obediência e permite que ele governe a sua vida. A direção do Espírito Santo no ministério de Paulo é bem explicita em At.cap.16 v.6 e 7. Paulo e seus companheiros viajaram pela região da Frigia e da Galácia, tendo sido impedidos pelo Espírito Santo de pregar a palavra na província da Ásia. Quando chegaram á fronteira da Mísia, tentaram entrar na Bitínia, mas o Espírito de Jesus os impediu.John R.W. Stott diz: Que possivelmente o Espírito Santo tenha dado uma forte convicção interna comum aos missionários, ou talvez tenha falado através de um profeta cristão. É muito instrutivo ver como Deus os guiou em seus passos missionários. Paulo não vivia aleatoriamente, sendo levado pelo acaso… Mas era direcionado pelo Espírito do Senhor. O termo grego koinonia se refere à parte que alguém tem algo em participação, companheirismo reconhecido e desfrutado. Em outras palavras, significa passar com, estar com. Há uma semelhança com o Apóstolo Paulo, pois teve ao seu lado… A pessoa do Espírito Santo, na alegria e na dor, na paz e nas perseguições, na fartura e na fome. Paulo disse: na carta aos Efésios cap. 5. V.18.Não se embriaguem com vinho, que leva a libertinagem, mas deixem-se encher pelo Espírito. Em outras palavras, não sejam dominados por vinho, que leva a libertinagem, mas sejam dominados pelo Espírito Santo. A obra Missionária de Paulo teve o sucesso que teve porque ele era dominado, guiado e renovado pelo Espírito Santo. O que essa verdade tem a ver conosco. Pois bem. Queridos Acima dos métodos e das estratégias humanas, para que um ministério tenha êxito é necessário que o Obreiro seja cheio do Espírito Santo. Que neste dia venhamos experimentar uma atuação do Espírito Santo sobre as nossas vidas. Pois a sua presença é real. Sem ele somos destituídos da glória, mas com ele somos filhos de Deus. Sem ele nunca iremos para um lugar bom. Mas com ele iremos alcançar a eternidade com Cristo. Sem ele não passamos de palhaços em cima dos altares. Mas com ele somos ministros de Deus. Sem ele não passamos de lutadores que não vencem as batalhas. Mas com ele somos ganhadores de almas. Precisamos confiar nele para recebermos orientação e regozijar igualmente em suas restrições e coações. Aleluia.
Quem foi Paulo?
Paulo em seu discurso usou seis imagens para explicar por que estava determinado a ir a Jerusalém e se, necessário, morrer por Jesus.
Paulo se considerava um contador com a expressão grega All oudenós logou poiumai, tem psiquém,que traduzindo significa… Mas de nenhuma conta faço a vida. Paulo usou a palavra psiquem que por sua vez vem da raiz psique. Embora psique possa significar alma e mente, ela com freqüência significa também a totalidade da vida natural e este é o significado aqui. De acordo com o grego original. A expressão traz a idéia de uma decisão consciente e inquestionável que Paulo havia feito um balanço de sua vida e decido que Jesus Cristo era o seu bem mais precioso.
Paulo Também se considerava um corredor que desejava terminar a corrida com uma vitória jubilosa. A vida, minha carreira e o ministério são os elementos-chave. Paulo estava ciente de que Deus tinha um plano especial para ele, o qual se cumpriria em seu ministério. Paulo era dedicado a um grande Senhor e motivado por um grande propósito, a saber, a edificação da igreja.
A terceira imagem é de um despenseiro, pois seu ministério era algo que havia recebido do Senhor, no grego a expressão é elabon para recebi da parte de. O despenseiro não possui coisa alguma, mas, ao mesmo tempo, usufrui todas as coisas. Seu único propósito é servir seu Senhor e a ele agradá-lo. O que se requer dos despenseiros é que cada um deles seja encontrado fiel. 1 Co. 4.2. Um dia, o despenseiro devará prestar contas de seu ministério. E Paulo estava preparado.
A imagem seguinte é de uma testemunha do evangelho da graça de Deus. O termo grego diamartirastai para que Paulo usou é traduzido por testemunhar: que significa dar testemunho solene e que lembra a seriedade da mensagem e do ministério. Paulo foi uma testemunha fiel tanto por seu modo de viver, quanto pela mensagem que pregou.
O quinto retrato é de um arauto, pois no v.25 Paulo usa a palavra grega kerisson. O termo grego kerisson traz a idéia de proclamar a mensagem como um arauto que proclama o que o rei lhe ordena. É um homem comissionado e enviado com uma mensagem, a qual deve ser transmitida fielmente. Uma vez que é enviado pelo rei, seus ouvintes devem ter o cuidado com a forma de receber tanto a mensagem quanto o mensageiro.
A última e talvez a mais dramática imagem seja a de umvigia. Paulo havia dito aos presbíteros que estava inocente do sangue de todos, pois não deixou de proclamar-lhes toda a vontade de Deus. Ser escolhido como vigia era um chamado momentoso. Sua função era de permanecer desperto e alerta, pronto a soar o alarme, caso visse algum perigo se aproximando. Devia ser fiel e destemido, pois era responsável pela segurança de muitas pessoas. Paulo havia sido um vigia fiel. Pois proclamou aos pecadores e aos cristãos todos os desígnios de Deus. Note que as imagens que Paulo descreve demonstram o quanto ele estava determinado em cumprir o seu ministério. O zelo desse homem pelo Reino de Deus é de grande estimulo.
Agostinho que viveu no quarto século d.C. disse certa feita [Pois ele foi um verdadeiro leão, um leão vermelho, o grande leão de Deus]. Em outras palavras, Ele foi uma pessoa forte e dedicada na obra do Senhor.
Com todas essas verdades podemos ressaltar as palavras do Apóstolo Paulo, o qual escreveu Combati o bom combate, ecompletei a carreira e guardei a fé. 2 Tm. 4:7. Paulo não foi um soldado indisciplinado e negligente, mas foi zeloso e comprometido com o Senhor e com o ministério. O notável exemplo de dedicação, que nos deixou o Apóstolo Paulo, serve de inspiração a todos nós, devendo encorajar os ministros da Palavra a semearem apropriadamente a Palavra do Senhor. Deus conta com homens que têm a causa do evangelho por mais preciosa do que as suas próprias vidas. Comprometidos com o Reino e não com a conta bancária, com as almas e não com o esplendor de seus nomes… JESUS é o verdadeiro motivo da nossa pregação e a razão do nosso viver. Tomemos cuidado com aquilo que fazemos… Pois o nosso compromisso é evidenciado em nossas obras… Sejamos mais compromissados com as regras do seminário, com os estudos e principalmente com o Dono da obra que é Cristo o nosso Redentor e amigo. Aleluia.
Professor Anderson Alexandre Rodrigues