“Pois quem despreza o dia dos humildes começos, esse alegrar-se-á vendo o prumo na mão de Zorobabel […]” (Zc.4.10a).

Nada nasce ou começa grande. Esta é uma lei que Deus estabeleceu para toda a realidade de nossa existência. Mesmo nos mais diferentes contextos das Escrituras, as coisas tendem a seguir tal lei. Ora, o próprio Deus, em seu plano salvador, entrou neste mundo começando na forma de um embrião, em uma família que ainda nem havia se formado. “E o menino crescia e se fortalecia, tornando-se […]”, considerou Lucas acerca de Jesus (Lc.2.40).

Havia muita gente pessimista no meio do povo de Israel quanto a reconstrução do templo. Muito tempo longe de sua terra, o povo de Deus estava calejado demais para outra desilusão. Na primeira oportunidade de prosperidade, correu para reconstruir a própria vida. Zacarias, assim como Ageu (Ag.2.3), alerta aos pessimistas que o templo seria tão real quanto o seu passado de dor. Essas pessoas queriam o templo pronto, mas estavam indispostas e impacientes para acompanhar todo o processo. Comparar o glorioso templo de Salomão com o que iriam erguer era um fator desanimador (Ag.2.9)!

Ora, por que Deus não faz como quando fez o mundo? Ele apenas disse “haja” e tudo se fez! Penso que, acompanhar passo a passo, tijolo sobre tijolo, verificaria a fé no coração dessas pessoas, enquanto o sumo sacerdote, Zorobabel, acompanharia toda a obra com um prumo. Verificaria a retidão da parede erguida, pedra sobre pedra.

Isso lembra que a vida cristã é uma construção diária no caráter do crente, sob a ação do Espírito de Deus. Não é uma mágica; é um processo de lapidação em pedras brutas, toscas, até que assumam a forma desejada pelo construtor. Erguer uma catedral com pedrinhas pode ser mais rápido do que erguer um homem destituído de fé em Cristo. Seja como for, a construção do templo seria pedra sobre pedra, tijolo grudando noutro tijolo, até que se atingisse o propósito: um templo.

O que isso tem a ver com você? Ainda que Deus esteja ao seu lado e você, obedientemente, faça o que Ele te ordenou, o caminho é o mesmo: tijolo sobre tijolo. Tudo começa de baixo para cima. Aliás, costuma escavar mais o solo, caso se deseje uma construção mais alta. Contudo, por maior que seja um edifício, ele começa com a mistura de grãozinhos de areia, pozinho de cimento e água, tijolo sobre tijolo.

Não acelere as coisas. Não despreze o começo humilde de nada, pois, você é incapaz de saber o tamanho do edifício a ser erguido por Deus. Seja lá o que for que você intente começar, comece com humildade, pequeno. Nunca desconsidere que, por menor que seja o tijolo na parede do que você faz, Deus deve estar com o prumo em mãos. Temos a tendência natural de erguer paredes tortas e alicerces rasos. Sem o prumo de Deus, tudo se esboroa! Nos iludimos com as paredes pintadas e o jardim florido e atentamos pouco para o fundamento da casa. Dê um passo de cada vez; sem pressa. Enquanto você ergue o concreto e tijolo encima de tijolo simetricamente, Deus ergue, sem pressa alguma, coisas invisíveis aos teus olhos. Você começa por fora o que só Ele faz por dentro.

Os grandes edifícios começaram numa segunda feira, com a limpeza do terreno e enxadas. Escavadeiras e guindastes vieram depois. Comece!

Professor: Eliandro Cordeiro

Maringá, julho, 2022