A graça é poderosa.
“Tu, pois, filho meu, fortifica-te na graça que está em Cristo Jesus” (2Tm.2.1).
É natural esperar, quando fraco, receber de Deus força para enfrentar as lutas e tentações. Mas, creio que, às vezes, o que mais se precisa não é de poder para manter-se firme, mas da “graça que está em Cristo Jesus.” Confundimos muitas vezes as ferramentas divinas disponíveis a nós. Nem sempre na fraqueza é de força que precisamos.
A Timóteo, novo e amedrontado discípulo, Paulo explica que a força da qual precisa desce das correntezas da graça de Cristo. Beber dessa fonte é encher-se de poder. No bondoso Senhor, Todo-Poderoso, o rio de graça tem uma correnteza capaz de arrastar todos os obstáculos e irrigar toda a árvore enfraquecida às suas margens. Paulo mesmo vivenciou isso (2Co.12.9).
E, no que ordena, “Timóteo seria reanimado do desânimo e inatividade, pois a carne é tão morosa que mesmo os dotados de excelentes dons às vezes se entorpecem em meio à jornada, se não forem frequentemente despertados” (CALVINO, Pastorais, 1998).
Não é incomum pensarmos na graça de Cristo como o suave abraço de Deus. Mas, para Paulo, a graça abraça forte. O seu afago sufoca de amor todo o coração temeroso. Quebra os mais fortes corações ela vem de Cristo. E, qualquer tentativa de beber da força que não seja dessa fonte será apenas uma ajuda momentânea. Quanto mais depender desta poderosa graça, tanto menos confiará em si e melhor preparado estará para o combate.
Quem sabe você não se encontra fraco porque tem buscado demasiadamente poder e forças para vencer esta difícil luta? Que tal confiar totalmente na graça que vem somente de Cristo?
A criança pode sentir-se segura com a maior demonstração de amor do seu pai muito mais do que com os músculos deste. Para tal, um abraço apertado do pai mostra o quanto ele é o homem mais forte do mundo. Num único gesto gracioso de amor (o abraço apertado) a criança sente-se amada e segura! “Quem me ama assim é incapaz de abrir os braços deixando-me cair confiada em minhas forças”, sabe a criança abraçada pelo “fortão”!
Gosto de pensar no Meigo Salvador como o descreve CS Lewis em “As crônicas de Nárnia”: “Ele há de vir e há de ir-se. Num dia, poderão vê-lo; no outro, não. Não gosta que o prendam […] Mas não faz mal. Ele virá muitas vezes. O importante é não pressioná-lo, porque, como sabem, ele é selvagem. Não se trata de um leão domesticado.”
Ora, para as crianças amadas por Aslam a sua juba é confortante e o seu pelo macio. O seu rugido ecoando por toda Nárnia é segurança e presença fiel. Porém, aos inimigos do Leão, sua juba é autoridade, o seu pelo é áspero e o rugido é poder. Às crianças, abraçadas pelo macio pelo do Leão, é graça; para os inimigos é morte.
Você, neste momento, precisa da força ou da Graça de Cristo?
A graça é poderosa e o Leão é fofinho!
Eliandro Cordeiro
Maringá, 01 de setembro, 2024
Enroscado confortavelmente na juba de Aslam.